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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Biografia de Allan Kardec

Allan Kardec (1804-1869) nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivali em Lyon, França, no dia 3 de outubro de 1804, filho de Jean Baptiste – Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhame. Foi criado numa família católica. Desde jovem mostrou inclinação para o estudo das ciências e da filosofia.
Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdun, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados. Tornou-se discípulo de Pestalozzi.
 
Dominava vários idiomas, entre eles, alemão, inglês, holandês, italiano e espanhol. Traduziu para o alemão diversas obras didáticas de educação. Era membro de várias sociedades sábias, entre elas, a Academia Real de Arras.
 
A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet.

Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país.
Publicou diversas obras sobre Educação.
 
 Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a freqüentar reuniões em que tais fenômenos se produziam.
 
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos científico, filosófico e religioso, com o objetivo de lançar sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do Homem. Adotou, nessa tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido – Allan Kardec – nome esse, segundo o que teria lhe dito um espírito, que teria utilizado em uma encarnação anterior como Druida.
 
Tendo iniciado a publicação das obras da Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo.
Durante 12 anos dirigiu a Revista Espírita de estudos psicológicos, lançada em abril de 1855. Ainda nesse ano, Funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, com o objetivo de promover estudos que favorecessem o progresso do espiritismo.

Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos simpatizantes, e defendê-lo dos opositores. Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos (65 anos incompletos) de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho.
Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos, lê-se numa placa verde sua célebre frase "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.
 
Em seu sepultamento, o astrônomo francês e amigo pessoal de Kardec, Camille Flammarion, proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo:
 

"Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra... Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (...) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!" 

 

Obras de Allan Kardec

Curso Prático e Teórico de Aritmética, 1824

Plano Proposto para Melhoramento da Instrução Pública, 1828
Gramática Francesa Clássica, 1831
Qual o sistema de estudo mais consentâneo com as necessidades da época?, 1831
Manual dos exames para os títulos de capacidade: soluções racionais de questões e problemas de Aritmética e de Geometria, 1846
Catecismo Gramatical da Língua Francesa, 1848
Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona, 1849
Ditados Especiais Sobre as Dificuldades Ortográficas, 1849
Programa dos Cursos ordinários de Química, Física, Astronomia, Fisiologia, 1849

Obras Espíritas

As cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo, sob o pseudônimo Allan Kardec, são:


O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de Abril de 1857;
O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em Janeiro de 1861;
O Evangelho segundo o Espiritismo, em Abril de 1864;
O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em Agosto de 1865;
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em Janeiro de 1868.

Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares:
Revista Espírita (periódico de estudos psicológicos), publicada mensalmente de 1 de Janeiro de 1858 a 1869;
O que é o Espiritismo? (resumo sob a forma de perguntas e respostas), em 1859;
Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo Livro dos Médiuns; publicada no Brasil pela editora O Pensamento)
O Espiritismo em sua expressão mais simples, em 1862;
Viagem Espírita de 1862 (publicada no Brasil pela editora O Clarim).

Após o seu falecimento, viria à luz:
Obras Póstumas, em 1890.

Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:
O Principiante Espírita (pela editora O Pensamento)
A Obsessão (pela editora O Clarim).

 
Fontes: Wikipédia, Biopgrafias e Curiodidades, eBiografia

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